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Felicidade e Sentida da Vida

20-06-2016  por Rogener Almeida

A felicidade é um um tesouro almejado por todas as pessoas. Algumas chegam a expressar que sua meta na vida é ser feliz e vivem como se estivessem à espreita do momento sonhado. Tornam-se, muitas vezes, inquietas, ansiosas e tensas esperando o grande acontecimento que transformará suas vidas e lhes proporcionará chegar ao "Nirvana", ou seja, o cessar de qualquer sofrimento. A felicidade tem sido compreendida como um estado de bem-estar pleno, onde somente a alegria ou o prazer reina soberano.

Momentos de prazer, de euforia e de satisfação são facilmente provocados, principalmente em uma sociedade como a nossa que mercantiliza e medicaliza tudo e todos. A solução parece ser bem simples: quem está com insônia toma hipnóticos, quem está triste toma antidepressivos, quem está ansioso toma ansiolitico, quem está desanimado toma um energético... Entretanto, tal perspectiva tem se mostrado ilusória e frustrante. Atingir a homeostase, a estabilidade orgânica ou mesmo psíquica não assegura uma condição de harmonia ou de realização mais profunda e não impede o vazio existencial frequente que tem se manifestado entre as pessoas de todas as idades e, especialmente, entre os jovens.

Uma concepção de felicidade que se contrapõe à perspectiva relacionada ao prazer e ao poder como condições determinantes para o ser feliz é apresentada por um dos maiores psiquiatras, psicólogos e pensadores do séc XX, criador da Logoterapia, Viktor Frankl. Para  ele a felicidade não é atingida como um alvo. Ela é decorrência da  descoberta do  sentido da vida e o sentido só poderá ser encontrado pela vivência de valores.

A vontade de sentido é a motivação maior que proporciona o encontro com a autêntica missão individual.  Esse processo não é vivido em estado de homeostase e sim mediante a saudável experiência da tensão entre o ser e o dever-ser. Quando a pessoa consegue responder a pergunta sobre o "ser" e o "dever-ser" e se responsabiliza por uma missão na vida, ela encontra o sentido porque escolhe e assume os valores que serão os pilares de sua existência. Isso ocorre quando ela descobre aquilo que somente ela  e mais ninguém poderá fazer diante do momento e das circunstâncias vividas.

Viver com sentido é, também assumir-se como indivíduo em sua unicidade e singularidade, compreendendo que a missão é única, varia de pessoa para pessoa e muda com o passar do tempo numa mesma existência.  Isso significa que a felicidade será a consequência natural de uma autêntica vivência de valores. Somente quando a pessoa se entrega a uma causa, a uma tarefa ou a um amor ela encontra o significado, ou seja a finalidade da própria vida. Quem se lança a uma missão e/ou se dedica a um amor terá como consequência a própria felicidade.

 

Essa perspectiva apresenta a convicção  de que a vida sempre tem sentido, mesmo nas circunstâncias que envolvem a tríade trágica: dor, culpa e morte porque a plenitude do viver inclui todos os aspectos inclusive o sofrimento, o qual pode e deve se tornar possibilidade de fortalecimento e de transformação para os envolvidos.

 

Reafirma-se a perspectiva de Viktor Frankl e da Logoterapia: o que o ser humano necessita para alcançar sua felicidade é auto-transcender o que significa ir além de si mesmo, é estar aberto às possibilidades que a existência lhe oferece para realizar  seus projetos, para cultivar o amor e para aceitar o que não pode ser mudado. Na realização do sentido encontra-se a razão para a felicidade. Concorda-se com Nietzsche quando afirma que quem tem um "porquê" viver aguenta quase qualquer "como".  A felicidade está ao alcance de todos que encontram um sentido para viver!

Autora

Rogener Almeida
Psicóloga
Analista Existencial
Logoterapeuta
Doutoranda Psicologia Social

Assuntos

Blog - Logoterapia
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