Saúde Mental
Afinal de contas, pra que serve a Saúde Mental?
28-05-2016 por Lucilene Nogueira
Muitas das vezes quando este assunto é mencionado, as pessoas associam saúde mental à ausência de transtorno mental. Colocando em outras palavras, se uma pessoa não apresenta sinais de loucura, para que se preocupar com a sua saúde mental? E se algum amigo ou familiar aconselha uma pessoa a procurar um psicólogo, imediatamente, é refutado com a afirmação de que a mesma não está louca... Já pararam para pensar como isto é habitual?
Sendo assim, qual o papel que a Psicologia pode fazer frente a esse pensamento tão frequente e infundido no senso comum? Deve se limitar a indicar a psicoterapia como ferramenta para busca da tão desejada saúde mental ou pode ainda tentar apontar caminhos para a sociedade no sentido de esclarecer um pouco o conceito referido?
Levando-se em consideração que, para a OMS (Organização Mundial de Saúde) o conceito de saúde mental diz respeito a “um estado de bem-estar no qual o indivíduo é consciente de suas próprias habilidades, pode lidar com as tensões normais da vida, pode trabalhar de forma produtiva e frutífera e é capaz de contribuir para a sua comunidade”, podemos perceber o quanto ampla é a definição do tópico, não limitando o mesmo à simples inexistência de algum tipo de transtorno mental no indivíduo, mas colocando este, numa condição de certo apaziguamento com seus pensamentos e ações nas suas relações interpessoais.
E como buscar este estado de relevado equilíbrio? Será que isto é possível? Afinal de contas, com tantas preocupações do dia a dia, inúmeras tarefas a serem executadas, ainda há tempo do sujeito buscar um instante em que possa refletir sobre as suas ações? Pode se tornar dono de suas próprias escolhas, buscando viver em relativa paz consigo mesmo?
Bem, existem diversos caminhos que facilitam este processo. Cada pessoa, de acordo com a sua subjetividade, procura determinada maneira de conciliar as tensões cotidianas com as suas próprias expectativas. Por outro lado, muitas das vezes, o sujeito se perde no caminho e acaba buscando objetivos que nem são propriamente seus conscientemente.
Neste ponto, é importante trazer um conceito da Psicanálise. De acordo com Coutinho Jorge e Ferreira, autores do livro: Freud - Criador da Psicanálise, ao difundir a concepção de inconsciente, Freud infligiu a terceira ferida narcísica na humanidade, ao afirmar que, diferente do que se pensava, o homem é governado por forças alheias à sua vontade, à sua consciência. Desta forma, o conceito de inconsciente corrobora a afirmação de que nem sempre o indivíduo segue o percalço que pensa ter escolhido, o que pode levá-lo a ter comportamentos que lhe causam profundo sofrimento psíquico.
Neste caso, é saudável que se busque ajuda profissional, de forma a rearticular seus próprios desejos e possíveis metas, para seguir em frente de maneira relativamente equilibrada. Desse modo, aponto aqui a psicoterapia como ferramenta de apoio para a busca desse percurso a ser trilhado.
Vejam que o título do texto não busca averiguar neste ensaio simplesmente o conceito da saúde mental, mas procura saber qual a finalidade de se ter a mesma, pois buscar a saúde mental é antes de tudo, procurar extrair o melhor de si mesmo, tendo em mente expandir as suas habilidades, mas respeitando as suas limitações, de forma a contribuir para a felicidade dos que convivem ao seu redor, e evidentemente para si mesmo.
Com este tema e questionamentos, pretendo inaugurar o blog de Saúde Mental, trazendo o assunto para ser discutido aqui, no intuito de indicar a trajetória que iremos trilhar daqui pra frente neste espaço. Sejam bem-vindos!